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210217Confira na íntegra o artigo do grupo do Prof. Dr. Márcio Reis Custódio, sobre bactérias simbiontes de esponjas que são capazes de processar metais de resíduos eletrônicos e formar nanopartículas de cobre. 

      O tratamento do descarte eletrônico - restos de placas de computadores e outros aparelhos - tem se tornado um problema cada vez maior tendo em vista uso disseminado e redução no tempo de uso dos equipamentos. Métodos de reciclagem deste material em geral passam pela queima dos componentes ou emprego de solventes, ambos gerando também resíduos tóxicos. Uma alternativa pode ser o uso de métodos biológicos para reciclar os metais destes rejeitos, empregando micro-organismos para seu processamento. Algumas cepas bacterianas já são utilizadas neste sentido, mas o processo é feito em meio fortemente ácido e os metais permanecem em solução, necessitando tratamentos posteriores.

      Neste trabalho, realizado junto com a Escola Politécnica (USP) e o Instituto Tecnológico Vale, o grupo isolou cepas bacterianas resistentes a altas concentrações de cobre no meio, a partir de cultura de células de uma esponja marinha (Hymeniacidon heliophila). Estas bactérias se mostraram capazes de lixiviar cobre metálico e também o metal presente em placas de computadores, sem a necessidade de solventes e em pHs próximos ao neutro ou levemente básicos. Durante a reação, foi observado ainda que são capazes de retirar o cobre do substrato e formar nanopartículas compostas por cerca de 50% do metal. Desta forma, tornam o meio menos tóxico do que quando o componente está em solução e podem facilitar a sua reciclagem.